Necropsia é a técnica que consiste no estudo e exame cuidadoso de todos os órgãos e coleta adequada de fragmentos para exames complementares, após a morte do animal a fim de auxiliar a determinar a causa da morte. O termo necropsia vem do grego necro (morte, morto ou cadáver) + psia (ação de ver ou examinar) e tem sido tradicionalmente usada para animais, porém de acordo com os conceitos atuais de One Health, o termo autópsia (comumente usada para medicina humana) também pode ser utilizado. Esse exame envolve processos como a dissecação, observação, interpretação e documentação, caracterizando possíveis lesões e sintetizando informações, para determinar a causa da morte do animal. É feita a análise macroscópica dos órgãos e coleta de materiais suplementares para diagnóstico histopatológico, microbiológico, toxicológico e/ou molecular, dependendo do caso, principalmente correlacionando o histórico e suspeita clínica.
Importância da necropsia
Para o proprietário, o conhecimento da causa-mortis do animal, fecha um ciclo de luto e dúvida, aliviando a ansiedade e a dor do mesmo ao saber que não havia mais nada a ser feito, dependendo do caso. Com relação ao setor de produção animal, o diagnóstico de certas enfermidades pode auxiliar na tomada de ações curativas ou profiláticas para o restante do rebanho. Os achados de necropsia são fundamentais em casos de óbito de animais com potencial jurídico, podendo fornecer subsídios para a determinação ou refutação das suspeitas de negligência, imperícia ou imprudência. A realização da necropsia também é uma forma consistente de aprendizado contínuo para o profissional veterinário, não só em relação aos órgãos e sistemas, mas também aos processos patológicos e de resposta do organismo frente a determinados agentes etiológicos, tratamentos ou procedimentos clínico-cirúrgicos, por exemplo. Muitas vezes, a realização ou o simples acompanhamento do exame necroscópico pode auxiliar o veterinário na identificação de casos semelhantes no futuro, permitindo um diagnóstico rápido e preciso.
Autólise
É um sério problema para o diagnóstico, por isso a necropsia deve ser feita o mais breve possível após a morte do animal. Esse fenômeno mascara lesões ou induz o veterinário a interpretações errôneas.
Recomendamos que o cadáver seja encaminhado para o nosso laboratório o mais brevemente possível (minutos ou poucas horas após a morte) para que o mesmo seja refrigerado, minimizando as alterações post-mortem. No caso da impossibilidade de submissão do cadáver com a brevidade necessária, indica-se refrigerar imediatamente a temperatura entre 1 e 4ºC por um período entre 12 à 24 horas após a morte. Ressalta-se que o congelamento do cadáver a temperaturas abaixo de zero é extremamente prejudicial causando artefatos que impossibilitam exame anatomopatológico.